Mostrando postagens com marcador Estado. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Estado. Mostrar todas as postagens


Vivemos vinculados ao Estado, por ser uma instituição que age na sociedade diretamente. Criamos vínculos na relação com o Estado, sendo afetado por ele, e por isso ele deve ser assunto de diálogo, para que nós também possamos afetá-lo. Aos poucos vamos conhecendo nossa realidade e condição, para percebermos como agir.

A Constituição de 1988 possui como fundamento o princípio da dignidade da pessoa humana, no artigo 5º, “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”, porém muitos deles ainda não foram respeitados. O artigo 206 diz que “o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: (...) liberdade para aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a arte e o saber”, mas ainda não são escutados por muitos professores com práticas pedagógicas anacrônicas. Novamente no artigo 5º, “ninguém será obrigado a fazer e deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei”, mas quantos não são submetidos a trabalhos escravos e castigos?

O princípio da presunção da inocência, de que todos são inocentes até que se prove o contrário, uma bela frase que para alguns é levado em conta, outros não. Na prática, agentes do estado presumem que alguns são culpados e forjam situações para que se possa provar o que eles pretendem, há abuso de poder de forma disfarçada.

Todos sabemos que nossa condição atual é de corrupção na política, perda de confiança no trabalho público, dificuldade para a escolha de candidatos, afastamento e alienação com relação aos assuntos políticos e da cidade. Mas, se o Estado é uma criação humana, somos nós que podemos e vamos recriá-lo, “a luta pelo direito é uma luta pela cidadania” (Chauí), temos de ser uma ameaça ao que está posto e estabelecido.

A democracia é um processo de transformação, não com partidos políticos, pois partidos só representam partes da sociedade, e o que precisamos é de um sistema representativo que represente a sociedade como um todo. Precisamos re-pensar a democracia como um movimento constante, crítico e participativo.

O que necessitamos é de uma reforma política, que venha a melhorar os meios de participação política, que possamos nos reconhecer como a primeira instância do estado: 1º O POVO, que tem o poder nas mãos; 2º LEGISLATIVO, que cria as leis; 3º EXECUTIVO, que executa as leis; 4º JUDICIÁRIO, que fiscaliza as ações.

Estamos começando a olhar para nós mesmos, tirando aos poucos as sujeiras escondidas da ditadura, apesar de ainda estarmos sob efeito de seus entorpecentes. Aos poucos vamos nos limpamos disto e começando a perceber a diferença entre o que o Estado diz fazer e o que o Estado faz, entre o que a mídia diz e o que acontece realmente, o que os livros de história contam e o que realmente vivemos. Precisamos passar de colonizados e submissos para atuantes criadores ativos.

________________________
Referências Bibliográficas:
CHAUI, Marilena S. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995. 440p.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, Valverde et al. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 2002. 336p.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 54p.
Continue reading